Já vi e ouvi muitas pessoas criticarem as músicas que vêm tomando conta das paradas de sucesso nos últimos anos. Concordo, são péssimas. Mas o que me chama mais atenção é a aceitação por parte da sociedade. Parece se unir o útil ao agradável.
A questão não é musical, nem tão pouco pessoal – até porque cada pessoa tem um gosto diferente – é filosófica. Não tem jeito, não se tira nada que se aproveite dessas músicas – exceto as mulheres em poses para lá de excitantes... Parece que os compositores não pensam antes de escrever, é como se estivessem perdidos às margens da verdadeira concepção musical. Não há sentido, não há essência, não há mensagem, não há...
Há mercado, é fato que se não há quem escute, não há quem venda, quem produza. A sociedade aceita tais composições com tanta normalidade que pode se tirar através disso um retrato da ignorância social que enriquece um ou outro construtor de versos sem nexo.
A aceitação é tão grandiosa que por mais que você fuja da poluição auditiva e mental, mais ela se situa no seio da sociedade. Onde você esteja será obrigado a ouvir gloriosas aberrações.
Tornou-se um vício popular. As letras traduzem uma concepção da sociedade, que é difícil de definir...