RENATO: UMA VOZ ETERNA - por David Junior

 

   Há pessoas que têm pequenos momentos de fama, outras se destacam por marcarem época, algumas oscilam em meio aos famosos, poucos fazem sucesso eternamente. Há histórias que terminam sedo demais, mas que deixam um legado marcante na vida das pessoas. Renato Manfredine Junior faleceu há quinze anos, poderia ter sido esquecido facilmente, sendo substituído (já que ninguém é insubstituível)  por qualquer outra ou outro cantor e compositor. Nada disso. A música de Renato Russo se intensificou mais ainda, conquistando gerações. 

   Talvez a fama de Renato não chegue ao fim pelo fato dele não querer aparecer por momentos efêmeros, não precisou compor qualquer “bobagem” para ter dez minutos de fama, cantou e encantou o Brasil com suas reivindicações e revoltas marcantes nas décadas de 80 e inicio de 90, com seu lirismo, com seu sarcasmo, com sua autenticidade. 

   Estamos a uma década e meia da morte de Renato Russo, e costumamos ver jovens ouvindo e cantando suas canções como se tivessem o conhecido, além dos que viveram sua época e cuidaram de proliferar a canção do homem da Legião Urbana. Não há motivo para chamá-lo de eterno? 

   Gostar de Renato não é só curtir sua música, é interpretar situações, textos, épocas, é ouvir literatura. 

   Na era musical em que vivemos, em que se escreve muito pouco e se faz muito sucesso, em que se valoriza a destruição da moral humana, sente-se a necessidade da música tocante, das letras ricas, e dos refrãos com algum sentido. 

(Imagem retirada da internet)