terça-feira, 5 de julho de 2011

OLHE-SE NO ESPELHO


“No Brasil só os políticos têm a obrigação de serem politicamente corretos.”
  (Jô Soares)
    
   É fácil notar que o brasileiro tem grande facilidade e gosta muito de apontar as falhas alheias, porém é muito difícil encontrar um cidadão nesse país que admita com autenticidade os seus errinhos básicos.
   Criamos um hábito de associarmos política à corrupção, claro, isso até faz sentido, mas não percebemos que a palavra corrupção não se refere apenas ao que acostumamos empregar.
   Em dicionário da língua portuguesa o significado da palavra é: “Ato ou efeito de corromper(-se); decomposição. Estrago, dano. Ato de seduzir por dinheiro ou outros meios, levando a pessoa a se afastar do que é correto; peita, suborno. Depravação, devassidão, sedução.” Será que o leitor está inserido nessa definição?
   Às vezes cometemos atos que pensamos estar acertando, quando na verdade estamos dando uma de esperto, sempre querendo ganhar algo em cima de alguém. Pois é, repare bem...
   Em festas populares é comum o tumulto em barracas ou bares na busca pelo atendimento, quando esse é feito vez por outra o atendente confunde-se e acaba dando o troco mais do que deveria, o cliente finge que não vê, sai do local e vai contar o dinheiro bem longe, acaba rindo de quem não soube fazer as contas. Isso quando o cliente não é enganado pelo atendente.
   Em mercados é costumeiro vermos no chão ou nas prateleiras produtos danificados, não se engane, há grande probabilidade de alguém ter feito aquilo e disfarçar saindo o mais rápido possível para não pagar a conta.
   Em bancos, lojas, ou em qualquer lugar em que temos que enfrentar filas, sempre chega alguém com jeito de quem não quer nada, anda “pra lá e pra cá” e termina furando a fila, se alguém reclamar logo é interrompido com um exclamado “Cheguei foi cedo aqui!”.
   Em Lan Houses tem que chegar um espertinho com seu Pen Drive recheado de “vírus” descarregar tudo na máquina e na saída dizer para o funcionário que o PC está muito lento e precisa ser formatado.
   Colégio, dia de prova, aluno bem concentrado olhando algo em “região proibida”, o fiscal percebe e vai sem fazer alarde, pega o aluno com assunto da prova em papel, o “ninja” (linguagem usada por estudantes para definir o que tem mais habilidade para o ato da cola)  ainda tem a coragem de dizer que é um trabalho para entregar ao professor. Fiscal: “Precisa guardar nas calças?”.
   É isso. Já ouvi alguém dizer que “todos temos um pouco de hipocrisia”, e isso pode até estar certo. O brasileiro acostumou-se a julgar o próximo. Você já reparou que quando alguém compra um carro, uma casa, uma chácara ou veste roupas de marcas, ninguém diz que ele trabalha muito, mas não esquece de comentar: “Ele está envolvido em alguma máfia!”? 
  Olhe-se no espelho antes de qualquer comentário, “afinal em um país em que infrator da lei não entrega seu comparsa por ética profissional”, o que se pode esperar?  

Autor: David Junior/ Estudante

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