terça-feira, 12 de abril de 2011

TER OU NÃO TER, EIS A QUESTÃO

   Por várias vezes tentei (e tento) entender porque as pessoas prezam tanto pelo ter. Esse é um assunto, que vez ou outra, me faz refletir sobre o comportamento humano. Mas por incrível que pareça ainda não cheguei a nenhuma conclusão. Parece ser uma coisa contagiosa que envolve o ser humano e o faz sentir, compulsivamente, a vontade de ter algo que é de “grande” importância para a existência – na maioria das vezes é algo relativo à futilidade.
   As pessoas querem ter carro, casa, dinheiro, amigos, prestígio, e muito mais, mas não imaginam o caminho a ser percorrido até chegar aos famosos sonhos de consumo. Apenas querem ter, de uma forma ou de outra, o que elas querem é ter.
   Ter para que? Nada mais nada menos do que mostrar para a sociedade que tem, não importa como adquiriu, mas tem. O sistema cobra isso, a sociedade cobra isso, o capitalismo cobra isso, a globalização cobra isso, e a mente cobra muito mais.
   É verdade. Quantas pessoas não deixam de passar bem (me refiro à alimentação e ao bem estar) para viver pagando contas de objetos que compram para satisfazer o ego? Quantos passam noites sem dormir pensado que no dia seguinte o cobrador da loja tal poderá vir cobrar as prestações que estão há meses atrasadas? Quantas preocupações, tantas contas para pagar, feira para fazer, escola do filho pra pagar, mas isso é segundo plano, prefere comprar o carro do ano, mostrar para os amigos que pode e que tem um carro novo a pagar as contas.
   Mas não, nada disso me convence. Eu tenho que ter, eu posso ter, eu vou ter... Mesmo que eu tenha que deixar como herança as velhas e famosas contas.

                                                                                                                              David Junior
                                                                                                                                  Estudante

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